domingo, 1 de novembro de 2009

Funk do Rio - Bailes , pancadão, isto é Cultura?

O funk carioca é bem diferente do funk original, pois, o funk original tem letra com conteúdo e uma dança variada em passos, já o carioca, parece tudo a mesma batida, mudam somente alguns sinais em forma de dança conforme o refrão, o que abordar o refrão,depois é só rebolar,bom...vamos ao universo musical com o funk carioca.
O funk carioca apesar do nome, é diferente do Funk originário dos Estados Unidos. Isso ocorreu pois a partir dos anos 70 eram realizados bailes 'black' ou bailes 'funk', com o tempo os DJs foram buscando novos ritmos de música negra mas o nome original permaneceu. O funk carioca tem uma influência direta do Miami Bass e do Freestyle.

Em Setembro de 2009 a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou projeto definindo o funk como movimento cultural e musical de caráter popular.
Furacão 2000 é uma equipe de som, produtora e gravadora carioca que produz coletâneas e shows de Funk Carioca. Principal responsável pela divulgação e popularização do gênero pelo país, que é uma variação do Miami Bass com influências brasileiras como toques de ritmos africanos.

Teve início após a fusão de duas equipes de som na década de 70: a Som 2000, de Rômulo Costa e a Guarani 2000, de Gilberto Guarani. Inicialmente realizava bailes de soul e funk.
Nessa época as letras do funk carioca falavam das dificuldades que os moradores de favelas do Rio de Janeiro passavam, a discriminação racial, e social que se via em todos os lugares, praças, shopping, praias, cinemas, teatro, estádio de futebol (Maracanã), e outros. O funk carioca apresentava um discurso contra as brigas nos bailes funk, o chamado "corredor", formados por pessoas que se denominavam fazer parte do lado A e do lado B, e que assim se organizavam e brigavam.
As letras falavam ainda das revistas policiais que os jovens moradores de favelas passavam em público, e que nessa época era visto como arma político-ideológica, além de temas relacionados ao amor.

Sr.Kelson:"Sou de uma geração em que o beijo era uma grande façanha, um prêmio, uma conquista! Hoje em dia, a onda é ficar com uma, com outra, com dez...enfim, sou do tempo em que a música era poesia, uma arte de mexer com a mente, o coração e a alma
Hoje em dia, não só neste ritmo,não há letra, é letras que abordam só sexo, com duplo sentido ou direto mesmo...na minha opnião,este funk atual só é bom para os medíocres cantores(as), empresários e donos de casas de shows e bailes...aínda bem que existem as obras dos verdadeiros cantores(as) gravadas, Orlando Silva, Noel Rosa, Ary Barroso, Vinícius, e outros que se ouvissem tais canções atuais, virariam em seus túmulos!"

Do ano 2000 em diante as músicas mais famosas produzidas neste período tomaram uma direção diferente das criadas na década anterior, com uma conotação mais sexual, letras ora de duplo sentido, relatando posições sexuais, ora dizendo explicitamente palavras de baixo calão.

Nestas canções as dificuldades da população da favela são postas um pouco à parte e toma vigor a visão do baile funk como reunião social para paquera, namoro e flerte. O envolvimento com o tráfico é ignorado.
Um grupo que pode ser considerado como divisor de águas deste período é o Bonde do Tigrão, com músicas que reúnem bem as características supracitadas, como Cerol na Mão, Tchuthuca e etc. Com estas e outras canções, o grupo alcançou projeção nacional.

Com o sucesso do Bonde do Tigrão vários outros grupos surgiram, seguindo praticamente a mesma linha, como Bonde do Vinho, Os Magrinhos, Os Havaianos, Os Ousados e Bonde dos Prostitutos.

Durvalino:"E aí galera? O lance é o seguinte, tem que separar o jôio do trigo! Para avaliar um baile funk, tem que participar primeiro de um pancadão! É o maior barato! Queimar umas calorías, arranjar umas gatas, é saber se divertir! Se acontece violência em um evênto de rock,ABAFAM o caso, agora se é em um baile funk vira manchete nacional! Isto é preconceito! Sou 100% funk carioca porque é um ritmo 100% nosso! Abraço aí..."
Apesar do surgimento de grupos com coreografias criativas e por vezes engraçadas, os tradicionais MCs continuam seguindo. Alguns nomes como MC Serginho (com seu parceiro artístico Lacraia), Mr. Catra, MC Colibri, Mc Frank, MC Menor do Chapa e MC Marcinho (que também fez sucesso na década de 90) são alguns destaques nos Anos 2000.
Nessa década passou a haver uma participação maior das mulheres no funk carioca. Alguns grupos como As Danadinhas, Gaiola das Popozudas ou MCs como Tati Quebra-Barraco, Sabrina e Perlla chegam às paradas de sucesso. As músicas destas costumam falar sobre o lado sensual dos bailes funk pela visão feminina, a liberação sexual das mulheres e relacionamentos amorosos de um modo geral. Temas como "quem paga o motel sou eu", "vou chifrar o seu marido", "amantes vs. fiéis", são comuns.

Se antes a embaixadora do Funk na TV Globo era a apresentadora Xuxa, nesta década é Luciano Huck que toma esse papel. Vários artistas do mundo da música Funk passaram por seu programa. Além da exibição de artistas, existe uma coletânea de funk carioca chamado "Pancadão do Caldeirão do Huck" com músicas de diversos cantores e grupos.
Saindo das favelas em direção à cidade, o funk conseguiu mascarar seu ritmo, mostrando-se mais parecido com um rap americano e integrou-se um pouco mais as classes cariocas. Seu ritmo hipnótico e sua batida repetitiva também contribuíram para que mais pessoas se tornassem adeptas dessa música, fazendo com que o estilo chegasse a movimentar cerca de R$ 10 milhões por mês no Estado do Rio, entre os anos de 2007 e 2008.

O funk ganhou espaço fora do Rio e ganhou conhecimento internacional quando foi eleito umas das grandes sensações do verão europa de 2005 e ser base para um sucesso da cantora inglesa MIA, "Bucky Done Gun", Mas vale lembrar também que do jeito que o Funk Carioca entrou em alguns paises foi banido na mesma hora, pois alguns europeus foram procurar saber sobre o que as letras estavam falando, e quando viram que se tratava de apologia ao crime e as drogas e a banalização do sexo e da mulher, baniram o funk do seu país, atualmente o funk aparece mais em Portugal e na Espanha pois ambos países tem muitos imigrantes brasileiros que apreciam o estilo.

Um dos destaques desta fase, e que foi objeto até de um documentário europeu sobre o tema é a cantora Tati Quebra-Barraco que se tornou uma figura das mulheres que demonstram resistência à dominação masculina em suas letras, geralmente de nível baxíssimo. A respeito desse sucesso, em julho de 2007 em Angola surge o primeiro grupo de funk angolano "Os Besta-Fera" seu vocalista principal Mc Lucas passou no Rio de Janeiro onde foi influenciado a cantar funk, agora ouvido em Angola.

O estilo musical, embora apresente expansão mercadológica, continua sendo alvo de muita resistência e preconceito, sendo bastante criticado por intelectuais e grande parte da população, devido à sua inconsistência em vários aspectos: o funk carioca não possui preocupação com a formação mental de crianças (temas violentos e obscenos em quase todas as músicas) que porventura o escutem; sua execução remete aos crimes de Atentado Violento ao Pudor(letras obscenas) e Apologia ao Crime(letras com exaltação à bandidos, crimes e mortes), previstos em Código Penal; cantores de funk não possuem qualquer formação musical e mesmo conhecimento da Língua Portuguesa, sendo comum que pessoas desafinadas e semi-analfabetas gravem funks; bailes funk ignoram a Lei do Silêncio e são sempre executados em volume incompatível com a saúde humana, causando transtornos à vida de milhares de pessoas diariamente; e outros motivos que levam a grande maioria da população a considerar o funk carioca como um dos ritmos musicais mais precários existentes.

Janeiro/2009 - Fonte: Abril
Faz sentido oficializar o funk?
Projetos de lei querem tornar o ritmo uma manifestação cultural oficial e fomentar o debate em torno do preconceito que o tema sugere. Na prática, podem tornar a vida de quem trabalha com o gênero menos submissa à interferência policial. Mas só a legislação ainda não é suficiente para uma mudança efetiva
Gabriela Rassy
Quando se fala em funk carioca logo vem à mente a imagem hoje já estigmatizada de baixa qualidade artística, pornografia e incentivo ao crime. As razões desse preconceito são simples: boa parte da produção musical com a batida do funk não é divulgada, o ritmo ainda sofre muito preconceito e os MCs e DJs mal conseguem trabalhar por restrições da lei.
Segundo uma pesquisa feita pelo Instituto FGV Opinião, da Fundação Getulio Vargas, o funk movimenta R$ 120 milhões por ano só no Rio de Janeiro. A realização de bailes, no entanto, é restringida devido a uma lei fiscalizadora criada em maio de 2008 pelo ex-deputado Álvaro Lins, hoje cassado. Ela faz uma série de exigências que inviabilizam a realização das festas, entre as quais a necessidade da autorização por parte de um comandante de polícia.
Os recentes projetos de lei redigidos pelo deputado federal Chico Alencar (PSOL-Rio) e pelos deputados estaduais Marcelo Freixo (PSOL-Rio) e Wagner Montes (PDT-Rio) pretendem tornar o funk uma manifestação cultural popular oficial e, assim, permitir o trabalho dos profissionais da área. Os projetos, no entanto, não anulariam os efeitos da lei de Lins, mas garantiriam uma mudança de eixo no tratamento dado pelo governo ao funk.

O ritmo passaria a ser lidado no âmbito da política cultural. "O objetivo do projeto de lei é mais pedagógico do que legal, apenas fomenta a discussão, leva o debate ao governo, à imprensa. A mudança prática, com a lei aprovada, seria que a polícia não poderia mais impedir os bailes e festas", explicou Freixo, que pretende fazer emendas para modificar a lei de Lins.
A situação dos profissionais do funk foi levada aos deputados pela Apafunk (Associação de Profissionais e Amigos do Funk), liderada pelo MC Leonardo, autor do Rap das Armas, que está na trilha sonora de Tropa de Elite.

"O funk já está no calendário cultural da cidade e turistas procuram os bailes. Se não existem mais bailes, é por que muitos produtores são impedidos de trabalhar. Cultural o funk já é, queremos apenas legitimá-lo", disse o MC.
Segundo o MC, o funk emprega 10 mil pessoas e isso equivale ao número de trabalhadores do ABC Paulista. "Não podemos fechar os olhos pra esses números", argumenta. "A política coloca a polícia contra os agentes culturais alegando que a linguagem da favela é criminal. Falam que é proibido o que a gente vê e o que a gente sente. Isso é censura", considera o MC.
A antropóloga e docente da UFF (Universidade Federal Fluminense), Adriana Facina, acredita que a lei não tem o poder de mudar radicalmente a situação do funk. "A lei vai garantir que os trabalhadores tenham seus direitos garantidos. Ela não acaba com o preconceito, mas vai fazer com que ele não se traduza em perseguição policial e não impeça os jovens de trabalhar", disse. A necessidade de uma lei, no entanto, ainda é questionável.

O jornalista Silvio Essinger, autor do livro Batidão - Uma História do Funk tem ressalvas. "O funk virou o que é mesmo com a perseguição policial e sofrendo todo tipo de ataque. Hoje ele é uma música original, referência para turistas europeus e americanos, que querem conhecer esse tipo de baile, que não existe em outros lugares do mundo", disse Essinger.

O jornalista acredita no valor estético do funk que é feito fora do esquema das gravadoras e rádios, cujo ritmo é, segundo ele, genuinamente brasileiro, cheio de miscigenações. "Não tem funk de laboratório, não tem jabá, não tem manipulação. Não sei o quanto essa lei pode beneficiar uma coisa que funciona tão bem, mas eu acho válido tudo que puder dar uma garantia de trabalho pra quem lida com o gênero", disse
.
Durvalino:" Funk não foi uma onda passageira, isto incomoda muita gente! Viva o funk!!"

Lei prevê que bailes sejam oficializados dez dias antes
Vanessa Fajardo
A lei 4.964 de 2001 prevê que a realização dos bailes funk em São Bernardo deve ser comunicada com pelo menos dez dias de antecedência ao CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), Conselho Tutelar, Justiça e polícias civil e militar.
O descumprimento da legislação estabelece multa de R$ 5.000 e cassação do alvará de licença para funcionamento do estabelecimento comercial.

Em nota, a Prefeitura de São Bernardo informou que ainda apura se o local onde funcionava o Baile Mata Aula possui alvará de funcionamento. No caso da ausência do documento, a Prefeitura afirmou que vai notificar os proprietários.
Conselho Tutelar e CMDCA afirmaram desconhecer a existência do baile funk na Vila São Pedro. "A atuação da polícia deve ser apurada e vamos provocar uma fiscalização mais eficaz por parte do Ministério Público e Prefeitura", disse a presidente do CMDCA, Eliane Reis.
Segundo ela, o conselho vai lançar uma campanha para combater a venda de álcool e drogas para crianças e adolescentes.
Fonte Diario do Grande ABC
Em Setembro de 2009 a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou projeto definindo o funk como movimento cultural e musical de caráter popular.

"Meu nome é Ottelo, na minha opnião, o funk carioca deixou de ser um refúgio da população carênte, pois invadiu âmbito nacional, casas de shows de classe média e até alta, é um ritmo contagiante, porém com letras banais o que não tem NADA de cultura , mas tem que ser respeitado. Afinal, gosto musical não se discute, porque enquanto o assunto render, vai estar em evidência crescente. Há muitos interesses envolvidos, um deles é o dinheiro...sempre o dinheiro! Cada um no seu quadrado, mas, sem violência, sem baixaria e gravidez precóce, dificil? Bom, cada um faz a sua parte, um abraço e até mais..."


Funk Carioca - Show do MC Menor Do Chapa na via Show no Rio de Janeiro






Mc créu - Dança do Créu - Furacão 2000 Tsunami 2





Dança do creu - Praia do Morro - Guarapari - ES






Furacão 2000 na Via Show Baile Funk Rio de Janeiro 14/12/08





Funk na Big Field Show - Campo Grande - RJ






bonde do tigrão - dvd dos caçadores






Dança da Motinha - Vanessinha Pikatchu






Um Tapinha não dói






MC SERGINHO E LACRAIA





DJ Marlboro, MC Serginho e Lacraia no Nokia Trends - Arquivo Radar Showlivre 2004



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